Receita de Nhoque



Desde criança eu sempre amei nhoque, mas era o tipo de comida que a gente só comia em restaurante. Eu cresci pensando que nhoque era uma coisa dificílima de fazer, até que já depois de casada, em uma tarde, desci na banca de jornal que tinha na esquina de casa para comprar uma revistinha de receitas (naquele tempo ainda não tínhamos a opção de recorrer a internet). Lembro de escolher aleatoriamente um dos volumes expostos na banca e voltar para casa. Quando cheguei, me deparei com uma receita de nhoque e fiquei empolgadíssima!
Imediatamente verifiquei se tinha todos os ingredientes em casa e parti para a cozinha!
A minha empolgação era tanta que tripliquei a receita, fiz uma bagunça memorável, e no início da noite eu tinha uma geladeira abastecida de nhoque para um batalhão.
Depois disso nunca mais deixei de fazer nhoque, hoje já tenho prática e a bagunça é mínima.
Aprendi que a melhor batata para nhoque é a inglesa, o nhoque fica mais firme, mas se você não encontrar, pode usar da batata comum mesmo que dá certo, só vai pedir um pouquinho mais de farinha para chegar no ponto.



Ingredientes

2 kg de batata inglesa (serve da outra, mas com essa fica mais firme)
3 gemas
1 e 1/4 xícara (chá) de farinha de trigo

1 pitada de sal
50 gramas de queijo ralado de saquinho
farinha de trigo para polvilhar na mesa

Modo de fazer

Cozinhe as batatas na panela de pressão com casca e tudo.
Depois de cozidas escorra a água jogue água na panela para a batata dar uma esfriada e você conseguir pegar elas na mão e descascar.
Passe tudo no espremedor de batatas e junte a farinha primeiro e vá amassando. Incorpore todos os outros ingredientes a massa. Amasse bem e reserve.
Coloque uma panela com água e um fio de óleo para ferver.
Separe duas formas e unte com azeite.
Volte para a massa: Polvilhe farinha na mesa e comece separando pequenas porções de massa e faça rolinhos de mais ou menos 1 centímetro de diâmetro e vá cortando os pedacinhos dos rolinhos com cerca de 2 centímetros. 

Quando terminar de cortar todos os nhoques comece a cozinhá-los aos poucos (cerca de 20 por vez) naquela panela que você colocou água para ferver.
Eles cozinham super-rápido. Assim que subirem a superfície você já pode tirar com uma escumadeira e levar para um escorredor de macarrão.


Transfira do escorredor para as formas untadas. Repita esse processo até terminar de cozinhar todos os nhoques.
Agora é só cobrir com o molho da sua preferência. Eu adoro nhoque ao sugo! Simples e maravilhoso!

Essa receita rende duas formas grandes (Aqui dá para duas refeições para 4 pessoas que come bem).

Receita de ovo cozido no chá



Prato típico da China, os ovos cozidos no chá são normalmente comidos no desjejum.
Eu particularmente não sou a maior fã de ovos, porém resolvi experimentar e adorei!
O cheiro e gosto de enxofre presente no ovo cozido desaparece! A clara incorpora um sabor adocicado e a gema um leve sabor defumado! E além de tudo eles ficam com uma linda aparência marmorizada.



Ingredientes:

6 ovos
3 saquinhos de chá preto (ou a quantidade equivalente do chá a granel)
4 estrelas de anis estrelados
1 pau de canela
2 colheres de chá de açúcar
5 colheres de sopa de molho de soja
1 pitada de sal
Água

Modo de fazer:

Cozinhe os ovos na água por 15 minutos em fogo baixo.
Tire os ovos da panela, e quebre as cascas levemente batendo-os em uma superfície dura, de forma a manter toda a casca mas garantindo que ela fique rachada o suficiente para que o chá possa entrar no ovo. Reserve.
Em uma panela misture o anis estrelado, a canela, os saquinhos de chá preto e os ovos descascados.
Cubra tudo com água e acrescente o açúcar, o molho de soja e o sal.
Cozinhe essa mistura em fogo baixo por 1 hora e meia, desligue o fogo e deixe os ovos de molho por mais 8 horas, dando tempo para que estes absorvam melhor o sabor do chá.
Descasque os ovos e bom apetite!

Variações


Dependendo da região da China essa receita tem algumas diferenças em seus ingredientes, uma variação interessante leva chá de jasmim no lugar do chá preto, caldo de galinha no lugar do molho de soja, além da canela e do açúcar darem lugar ao cravo, ao alho-poró e ao gengibre nas seguintes proporção:

6 ovos
2 colheres de chá de jasmim
3 estrelas de anis estrelados
3 cravos
2 fatias finas de gengibre
1 alho poró cortado em fatias (somente a parte branca)
¼ de colher de chá de caldo de galinha em pó
1 pitada de sal
Água

O modo de preparo é sempre o mesmo.






Receita de Bagel de Nova York




Para mim Nova York é surpreendente e inesgotável, porém confesso que no quesito “comida pagável” decepciona.

Para os reles mortais como eu, comer em Nova York é absurdamente caro, qualquer coisa custa caro! Na barraquinha de rua, no fast food, ou o restaurante de quilo, em qualquer lugar da cidade, é inevitável gastar muito mais que no Brasil para comer uma comida bem mais ou menos, (mesmo abstraindo a conversão do nosso real desvalorizado por essa política econômica bizarra desse governo incompetente).

Não me lembro de ter me impressionado com nenhuma refeição, porém saí encantada com os pães! Sim! Os pães eram incríveis, de várias formas e texturas e exibindo preços razoáveis.

O pão que mais me chamou atenção foi o bagel, uma espécie de pão em formato de rosquinhas, com uma casquinha firme e o miolo macio.

Em uma manhã, com a barriga vazia e o senso de direção completamente bagunçado pelo sono, fui fisgada por um pequeno café. Ainda na rua fui hipnotizada pelos pães.

Lá comi o melhor pão com ovo da minha vida! Mais especificamente um Bagel! Nunca nem tinha ouvido falar desse tipo de pãozinho, (ou talvez tenha visto em filmes e séries, mas nunca tenha dado a devida atenção).

Depois disso, comi o tal bagel mais algumas vezes, mas a que sem dúvida foi memorável foi em uma pequena casa de bagels chamada Baz Bagel, que fica entre a encantadora Chinatown e Little Italy.
Fachada da Baz Bagel

Vitrine da Fachada da Baz Bagel com diversos tipos de babel


Lá que eu experimentei o tradicionalíssimo bagel com salmão defumado. Na minha frente o rapaz que atendia ao balcão fatiou finamente um enorme salmão exposto na vitrine, que junto com cream cheese recheou meu bagel coberto de semente de papoula.

...


Hoje a tarde me bateu uma enorme fissura por pão, qualquer tipo de pão, mas quando pensei no trabalho que dá, em tempos de quarentena, sair de casa para comprar um simples pão, resolvi que faria meu próprio pão. Aí pensei: E por que não arriscar fazer um bagel? Aí começou a aventura!
Para minha alegria deram super certo! E ficaram idênticos aos bagel das minhas memórias!

Receita de Bagel de Nova York:



Ingredientes:


2 colheres de chá de fermento biológico seco
2 colheres de açúcar
1 ¼ xícara de água morna
3 ½ xícaras de farinha de trigo
½ colher de chá de sal
1 colher de sobremesa rasa de bicarbonato de sódio
2 colheres de sopa de melado
Sementes de papoula, sementes de gergelim, cebola desidratada, alho desidratado, ou o que você quiser (para passar em cima dos bagels)

Modo de fazer:


Misture o fermento, o açúcar e ¼ de xícara de água morna. Tampe com um plástico filme e deixe descansar por 10 minutos.
Coloque toda a farinha e o sal em cima de uma mesa ou bancada, faça um buraco no meio e despeje a mistura que estava descansando. Aos poucos vá incorporando 1 xícara de água morna e misturando tudo até virar uma massa homogênea. 



 Sove essa massa por cerca de 10 minutos.



Cubra a massa com um pano limpo e úmido e deixe crescer por 1 hora.
Passado esse tempo, de pequenos soquinhos na massa e deixe descansar por mais 10 minutos.
Separe a massa em 8 partes iguais e faça bolinhas.




Fure o meio de cada uma delas com o dedo e com cuidado vá abrindo mais esse furo para moldar como uma rosquinha.
Coloque todos eles em uma forma forrada com um pouco de farinha de milho e deixe crescer por mais 20 minutos.


Enquanto isso, encha uma panela grande com água e coloque para ferver, acrescente o bicarbonato de sódio e o melado.
Pré-aqueça o forno a 200 graus.
Passados os 20 minutos e com a água já fervendo cozinhe os bagels por cerca de 3 minutos, virando-os na metade do tempo para cozinhar dos dois lados.

Logo que você coloca na água eles já crescem

E em seguida a água já começa a espumar

Tire os bagels da panela com uma escumadeira e os coloque dentro de uma bacia com água em temperatura ambiente.



Passe um dos lados dos bagels na sementes de papoula ou na sementes de gergelim ou na cebola desidratada ou alho desidratado, ou o que você quiser, e coloque em uma forma sem untar, com o lado que você colocou as sementes virado para baixo e leve para assar por 15 minutos.
Depois de 15 minutos vire os bagels e deixe assar por mais 20 minutos ou até eles ficarem dourados.

Prontinho! 



Agora você come puro ou recheia com o que tiver vontade.
Por aqui recheamos com ovos mexidos com queijo e catupiry.


Bom apetite!

...

Serviço:

Bagel com ovo: Fica ao lado da Marshall da 6ª Avenida. Me pareceu que era uma espécie de loja de conveniência de uma loja de cama, mesa e banho chamada Bed Bath & Beyond.

Bagel com salmão defumado: Baz Bagel - Fica na 181 Grand Street, New York, NY 10013 https://www.bazbagel.com

#ficaemcasa

Essa quarentena tem servido para eu conseguir fazer coisas que há tempos eu gostaria de fazer, mas que por falta de tempo ou de disposição eu sempre deixo para depois. 
Fazer aquela limpeza na casa, sabe aquela? Ou então ir para a cozinha com a alma... Aliás a cozinha que tanto me salvou dos meus próprios pensamentos foi ficando cada vez mais distante de mim, servindo apenas para o preparo de refeições rápidas do dia-a-dia.
Esse blog aqui, tão querido, foi também deixado de lado... última atualização: 2015!!!
De lá para cá, muita coisa mudou, aquele ano foi um ano de muita reflexão, mas em meio das minhas reflexões eu jamais imaginaria que em 2020 o mundo teria andado para trás, que hoje o Brasil seria governado por um verme genocida miliciano!
Jamais imaginaria que hoje viveríamos uma pandemia que faz vítimas fatais em todo mundo.
Nos últimos dias milhares de coisas passam pela minha cabeça, ora sinto ódio, ora sinto tristeza e mais uma vez a cozinha se torna minha aliada.
Me voltei para ela, comecei a testar receitas que há tempos estavam anotadas no meu caderno, descobri novas receitas, me alegrei com os resultados e pensei: Por que não colocar no blog?
Pois bem, aqui estou, cinco anos depois, e assim sigo administrando meu tempo e cuidando da alma.
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